Panorama do Inferno, do japonês maluco Hideshi Hino, explora insanidade, mutilação, sangue e sadismo...
O termo splatter ou gore é utilizado para descrever um
subgênero dos filmes de terror com foco deliberado na violencia gráfica,
geralmente ligado a filmes contendo cenas de mutilações, decapitações e
muito sangue. Este tipo de filme utiliza bastante de efeitos especiais para simular sangue e entranhas.
O termo “splatter” foi definido por John McCarty para falar sobre o clássico do George A. Romero “Zombie – O Despertar dos Mortos” (Dawn of the Dead) de 1978.
Já viu Jogos Mortais, O Albergue ou alguma besteira comercial do
gênero? Bem, pra quem acompanha de perto as doidices dos japoneses há
anos, o teor violento desses filmes não são exatamente coisa original. A
prova está aí, Panorama do Inferno, de Hideshi Hino, uma das produções da tendência splatter-gore que povoou quadrinhos e filmes, em fases irregulares, dos anos 60 até hoje.
Sangue, mutilações, sadismo, loucura. Muita gente não sabe, mas a onda
recente dos filmes de terror é mais um daqueles movimentos de fluxo e
refluxo de produções ''artísticas'' ao longo dos anos. Nojeira,
esquisitices e violência não são exatamente ''originalidade'' mas se o
propósito é chocar, então os criadores dessas ''obras'' realmente são
bem-sucedidos.
O gore e o splatter são gêneros nascidos no cinema mas que logo passaram
a ter representantes nos quadrinhos. Resumindo, o estilo sanguinolento
do italiano Lucio Fulcci, Dario Argento e Mario Bava, também está presente em coisas do avô dos zumbis, George Romero, entre outras coisas mais recentes, como o Fome Animal, de Peter Jackson antes da fama, e A Morte do Demônio, de Sam Raimi pré-Homem-Aranha. E assim também esteve em histórias em quadrinhos da européia Heavy Metal, de mangás doentes -como o de Hino- e até em onda recente do mercado norte-americano, como The Walking Dead ou Crossed.
Antes de falar sobre Panorama do Inferno, é preciso antes lembrar
que a cultura oriental, em especial a japonesa, tem um pézinho na
loucura. O pessoal de olhinhos puxados adora explorar esse tema, seja
com fantasmas, com samurais ou com gore. Então, antes de descartar
imediatamente, tente enxergar essas produções inicialmente banais como
uma forma de expressão diferente da nossa, dos ocidentais.
Em Panorama, Hino conta a história de uma família pra lá
de incomum, através de capítulos de dor, sofrimento, masoquismo,
solidão, doença, violência e gore, muito gore. Tudo com aquele traço que
gera a falsa impressão de inocência, com o estilo cínico entre o humor
negro e o horror, coisas que um bom mangá pode proporcionar.
Interessante é notar que o próprio Hino já dirigiu uma produção
splatter-gore no cinema japonês de terror. O autor, em época de vacas
magras, comandou um dos capítulos da série Guinea Pig, que, de
1985 a 1991, trouxe vários episódios em que uma pessoa é sequestrada e
mutilada, passo-a-passo, bem ''didático'', explícito e aterrorizante.
Diz a lenda que o ator Charlie Sheen, ''emocionado'' com o teor da película, acionou o FBI para investigar a trupe japonesa, acusada de fazer snuff movies, aqueles filmes reais com gente sendo torturada ou morta sob a lente da câmeras.
O pessoal do Guinea Pig acabou sendo ''absolvido'' mas o
resultado já estava no mundo e passou a agrupar a cada dia mais fãs do
cinema e quadrinho splatter-gore. E em Panorama do Inferno você pode conhecer um pouco mais dessa vertente.
sexta-feira, 8 de março de 2013
Panorama do Inferno, do japonês maluco Hideshi Hino
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